Presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha Sr. Victor Marques |
Celebram-se a 26 de agosto os 95 anos de elevação das Caldas da Rainha a cidade, corria o ano de 1927, num processo que evidencia a importância da participação ativa e cidadania, protagonizada por cidadãos e entidades que partilhavam entre si uma dinâmica vontade de progresso e modernização urbanística.A elevação das Caldas da Rainha a cidade afirma-se como o culminar de um percurso secular que se construiu em torno do Hospital Termal e das dinâmicas económicas, sociais e culturais que daí advieram, hoje História e identidade de todos os caldenses.Naquele início de século, viviam-se tempos de rutura e instabilidade política, que, ainda assim, não condicionaram a vontade e mobilização das forças vivas que conduziram à passagem de Caldas de vila a cidade, organizando-se em movimentos e iniciativas que pretendiam atrair as atenções do governo central, para o papel preponderante das Caldas da Rainha, a nível do distrito de Leiria, mas também no contexto nacional.Com um crescimento demográfico considerável, no século XIX, a economia local baseava-se predominantemente na saúde, pelo Hospital Termal, e no comércio, eixos fundamentais para o desenvolvimento económico da cidade. A juntar-se a estes setores, a agricultura que, numa visão inovadora se associava já à indústria e maquinaria, nomeadamente com a dinamização de exposições dedicadas ao setor, na década de 20 do século passado, como forma de trazer novas dinâmicas económicas e comerciais ao Concelho.A par do contexto politico e económico, aqui brevemente abordados, importa referir que quando falamos de Caldas da Rainha, falamos inevitavelmente de cultura e arte, domínios que se revelaram determinantes para a elevação a cidade, destacando-se o contributo da cerâmica, pintura e escultura, tornadas faces visíveis dos esforços de enriquecimento dos espaços públicos, fruto de uma visão urbanística que pretendia corresponder aos elevados desígnios de cidade termal e cultural, idealizada por dois nomes maiores da arquitetura – Rodrigo Berquó e Paulino Montês – que, entre finais do século XIX e princípios do século XX, desempenharam preponderantes papéis na cidade que reconhecemos até aos dias de hoje.Por tudo isto, percebemos que o momento exemplar da elevação das Caldas da Rainha, pelo movimento de cidadania implicado – e que deixaria importantes bases na vida política e social da cidade -, pelas ambições de desenvolvimento social, urbano e económico – eixos que exigem atenção e trabalho contínuo, por isso foco constante das políticas municipais – e pelo papel da cultura e artes, testemunho de uma relação próxima com a cidade, desde os tempos da fundação – presentemente sob novo impulso, pelo desígnio de Cidade Criatividade – não se esgota na efemeridade da data, devendo sim, ser motivo de celebração e reconhecimento diário.De referir ainda que vivemos hoje um novo momento para a cidade, resultado da profunda reconfiguração do complexo termal que vai muito além da imperativa requalificação das infraestruturas, constituindo-se como um amplo Plano de Intervenção Municipal para a Área Termal e Zona Envolvente, transversal aos domínios da saúde e bem estar, cultura, turismo, sustentabilidade, urbanismo e mobilidade, aspetos fundamentais do projeto termal que se pretende instituir na cidade, assim honrando e dando continuidade à ação iniciada pela Rainha D. Leonor. Victor Marques – Presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha |

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