É pelo decreto-lei de 26 de Novembro de 1926, que entrou em vigor em Agosto de 1927, que se oficializa a categoria de cidade, Caldas da Rainha. Considerando que a, até então, vila das Caldas da Rainha, “graças à actividade dos seus habitantes, graças às excelências das suas termas, adquiriu um desenvolvimento que bem justifica a sua elevação”.
Nicolau Borges, numa exposição sobre o tema por ocasião das comemorações desta efeméride, considera que a atribuição “deve-se a uma estratégia bem planeada e executada de grandes elites da época, que lutaram por uma cidade que podia competir, do ponto de vista económico, turístico e cultural com outras cidades, afirmando-se assim uma nova centralidade a nascer entre Lisboa e Coimbra”.
Este movimento de desenvolvimento, incrementado no segundo quartel do século XX, é iniciado após a diminuição da afluência de veraneantes às termas, obrigando a vila a perspectivar outros caminhos para o desenvolvimento económico.
Nicolau Borges aponta “fatos históricos que levaram a este reconhecimento, como o relatório de 1916, do 1º orçamento suplementar do hospital termal, que concluiu: “O conflito europeu veio afectar a economia do Hospital Termal, pelo encarecimento dos géneros alimentícios, combustível, material e aparelhos de ferro, cobre, etc., quase todos de proveniência estrangeira, recomendando-se que no novo regime orgânico do Hospital se considere a separação entre hospital e balneário, devendo este ser dado de exploração à iniciativa privada”.
Neste mesmo ano é criada uma comissão para estudar as bases segundo as quais se efectivará o arrendamento do balneário e suas dependências, propondo-se a entrega do Hospital de Santo Isidoro à Câmara Municipal. As elites da época afirmavam que para a modernidade e urbanidade caldense havia necessidade de uma intervenção das infra-estruturas urbanas, nomeadamente, água canalizada, rede telefónica, melhoria do fornecimento de energia eléctrica e iluminação pública, pavimentação de ruas e integração urbana, tal como a existência de novos conceitos urbanos como igreja e liceu.”
A modernização dos equipamentos, nomeadamente a modernização do hospital, do parque e da mata, criação de um museu das artes, instalação dos correios em edifício próprio e novas instalações para a sede da Câmara Municipal e outras repartições, bem como o desassoreamento da Lagoa de Óbidos e conservação da praia da Foz do Arelho, já eram na altura pontos fundamentais e estruturantes para as Caldas da Rainha.
Cria-se o Laboratório Municipal em 1924, a Misericórdia das Caldas, a Comissão de Iniciativa e Turismo. Caldas é promovida a cidade em 1927, sendo apresentado um novo Plano de Urbanização. Em 1940 surgiram novos edifícios, para os correios e para a Caixa de Crédito Agrícola, a garagem Capristanos em 1949 e em 1950 inicia-se a construção da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, começando a surgir a nova praça do Município e uma nova centralidade.
A informação demográfica das Caldas da Rainha antes e após a elevação a cidade é notória, sendo que passou de 6 837 habitantes em 1920 para 9 632 habitantes em 1940.
Museu do Hospital e das Caldas
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