O Dia Internacional da Saúde Mental, celebrado a 10 de Outubro de 2022, oferece a oportunidade de chamar a atenção para uma área muitas vezes descurada e negligenciada do nosso bem-estar, dá-nos a oportunidade de reflectir sobre a forma como podemos melhorar a nossa própria saúde e ir ao encontro dos outros.

Por outro lado, o estigma em relação à doença mental torna difícil falar sobre o tema, constrange a procura de ajuda e chega a afetar a capacidade de reconhecimento quando a doença mental está presente. Coma lente do estigma, as pessoas com um diagnóstico de doença mental podem ser vistas como dependentes, não confiáveis e até preguiçosas.

Desde os anos 60s que artistas e organizadores de arte se ligaram ao conceito de “arte comunitária” com o desenvolvimento de projectos de inclusão. A arte permite a expressão de valores sociais e individuais, pode comunicar um propósito moral ou educacional, e explicar a experiência emocional ou racional do mundo de alguém.

Visto de outra forma, quem se expressa pela arte pode sentir-se melhor consigo mesmo e com o mundo. A arte pode ser um meio para a manifestação emocional, um veículo de elaboração e ensaio do processo criativo. A experiência artística pode intensificar a expressão de vivências, assim como a reconfiguração consciencializada de representações inconscientes e de afetos ligados ao sensorial.

A arte pode curar quem a gera e quem a vê.

Catarina de Jesus