Março 2020


Hoje trazemos Wenceslau de Moraes, um dos nossos grandes escritores de viagens.
Wenceslau de Moraes deslumbrou-se pela cultura nipónica, transportando para as suas obras esse conhecimento profundo da alma japonesa.
Em 2006, o Museu teve em exposição uma mostra sobre este autor.
É esta a nossa partilha de hoje!

https://arquivos.rtp.pt/conteudos/exposicao-wenceslau-de-moraes-vida-e-obra/?fbclid=IwAR3LtRsZ0HYl1YjYJ6mMJmUWfUJP5LaO5Fv3jnNqGvciJKOeR6J5A_ua8kM

 

#5 Sabia que…?

… Sabia que as mulheres que trabalhavam no hospital raramente eram mulheres solteiras? Poucas são as vezes que encontramos mulheres solteiras a trabalharem dentro do hospital, fossem elas enfermeiras, lavadeiras, cozinheiras ou amassadeiras. No caso das mulheres servidoras, a maior parte das vezes eram admitidas no ofício juntamente com o marido que serviria no hospital, na correspondente ala masculina. Foi o caso de Simão Luís (enfermeiro) e de sua mulher (também enfermeira), mencionados na visitação de 1572 da Mesa da Consciência e Ordens, referindo que os enfermeiros não poderiam entrar nas enfermarias das mulheres, mesmo quando a sua esposa tinha o cargo de enfermeira. Curioso também, é o facto de, no universo dos testamentos feitos dentro do hospital, a maior percentagem das mulheres testadoras eram mulheres casadas ou viúvas, sendo raros os exemplos de mulheres solteiras.

(Apoio Investigadora Lisbeth Rodrigues

 

 

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… Sabia que era habitual acomodarem-se dois enfermos por cama? Nos anos de sobrelotação era frequente acomodarem-se dois enfermos por leito, como aliás se verificava na generalidade dos hospitais europeus do Renascimento. Nos períodos de maior afluência, o provedor ordenava que se armassem camas nos corredores e varandas do próprio hospital para se receberem os doentes que não coubessem nas enfermarias.

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… Sabia que os hospitais medievais, e do período moderno eram , antes de mais, instituições religiosas? Para além de terem sido criados sob a égide das Catorze Obras de Misericórdia, os quotidianos hospitalares destes períodos  pautavam-se por rituais e cerimónias religiosas. Acresce que, diariamente a partir dos leitos, os doentes assistiam aos ofícios litúrgicos celebrados na igreja do hospital. Isto era possível através da solução arquitectónica encontrada, que consistia em rasgar um dos topos das enfermarias de forma a possibilitar o contacto visual dos enfermos com o altar. Quando esta solução não era possível as enfermarias eram dotadas de pequenos oratórios onde se rezavam os ofícios religiosos.

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… Sabia que os enfermos do hospital eram acomodados em diferentes enfermarias consoante o seu estatuto social? Segundo o Compromisso, no hospital constaria que havia 100 camas, distribuídas por diferentes espaços consoante aspectos de género (mulheres apartadas de homens) e estatuto social (leigos/as separados/as de religiosos/as; pessoas nobres em camarotes distintos dos restantes enfermos). Apesar de não estar registada no Livro do Compromisso a separação dos doentes de acordo com a enfermidade, esta parece ter sido uma prática corrente aquando da admissão dos mesmos, uma vez que os aleijados eram acomodados na enfermaria térrea, enquanto os enfermos com facilidade motora eram alojados no piso superior. Para além destas duas enfermarias, havia também um espaço reservado para o período de convalescença onde os doentes repousariam entre quatro a cinco dias até estarem totalmente recuperados para regressar a casa.

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Apesar de encerrado, os serviços do Museu continuam disponíveis para dar o apoio necessário a trabalhos escolares, investigação, agendamentos, entre outros que possam surgir.
Em caso de dúvida, contacte-nos!
mushospcaldas@sapo.pt
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