Abril 2020


No próximo dia 18 de Abril comemora-se o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios.
Ainda que em diferentes condições, não podíamos deixar de assinalar esta data, que se reveste de especial simbolismo no actual momento.
Revisitar a nossa história, entender todos os desafios que ao longo de séculos fomos sujeitos e que ultrapassámos, permite-nos consolidar a nossa forma de estar no presente, com maior segurança e esperança. E, com isso, projectarmos um futuro melhor.
Estamos a preparar algumas propostas, mas para já deixamos o convite à vossa participação, partilhando ao longo dos próximos dias, momentos registados nas vossas visitas!
Porque o Património somos todos nós, e apenas dessa forma faz sentido a sua salvaguarda, a sua memória, e o seu usufruto.

O nosso obrigada a todos vós, que continuam desse lado!

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Sabia que quotidianamente, marmeladas, confeitos e frutos secos eram distribuídos pelos doentes do hospital? Aquando das duas visitas diárias feitas às enfermarias pelo provedor, almoxarife, escrivão, médico e enfermeiro, davam-se doces aos enfermos. Para além das refeições principais, havia também o “almoço” (actual pequeno-almoço) e a merenda, destinadas aos doentes mais fracos e que eram  constituídas por ovos, conservas e vinho. A estes últimos o Compromisso mandava que se desse uma colher de confeitos, “uma talhada de marmelada” ou ovos aos enfermos mais debilitados. À marmelada e aos confeitos era geralmente dado o nome de “mimos para os doentes”, ou “doces”, sendo que esta última designação englobava não só a marmelada, como também “marmelada de sumos”, açúcar rosado e “abóbora cuberta”.

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Triunfo de São Martinho de Gil Vicente para ver!

“É a Rainha Dona Leonor que encomenda a peça a Gil Vicente actor/autor. Terá sido um doente do Hospital, existente desde 1485, a dar corpo em cena à figura do “pobre chagado”. O sentido do auto é claro: São Martinho divide a capa com o pobre e salva-o assim do frio mortal. O gesto tem obviamente um significado para além do literal, simboliza a ideia cristã de salvar os mais fracos da sua desprotecção, de assumir, ao nível estatal, já que a peça era pedida pela rainha, uma função social solidária. Diz isso, necessariamente, por meios teatrais. E essa função solidária teatralmente expressa pela partilha da capa é uma metáfora da função hospitalar.”

https://teatrodarainha.pt/eventos/triunfo-de-sao-martinho-de-gil-vicente/

 

 

#12 Sabia que…?

…Sabia que os doentes do hospital eram alimentados de forma especial no período de purga? Em regra, o período de purga durava seis dias e os doentes purgados comiam frango e/ou galinha, cabrito, açúcar rosado, ameixas à “ceia” antes da purga (para estimular o processo purgativo), e um quarto de galinha cozida, juntamente com uma colher de confeitos. No dia da purga, comiam um quarto de galinha assada à ceia, e na manhã seguinte um limão.

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#Sabia que…?
 
…Sabia que as camas dos enfermos estavam rodeadas por cortinas? A presença de cortinas era importante, não só para manter os enfermos quentes depois de tomarem os seus banhos, ajudando-os no processo de suadouro, como também para criar alguma privacidade dentro das enfermarias. As argolas e as cortinas das camas estavam suspensas por “barrões de ferro”. Neste aspecto, as camas do hospital de Nossa Senhora do Pópulo aproximavam-se do modelo de nichos com camas encortinadas frequente na maior parte dos hospitais europeus.
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… Sabia que devido aos compostos das águas termais, as paredes do hospital eram caiadas todos os anos? No geral, as enfermarias do hospital de Nossa Senhora do Pópulo eram forradas a madeira de castanho ou pinho e ladrilhadas com tijolo cozido rebatido, sendo quase anuais as despesas com o forramento das enfermarias femininas e masculinas. Consequência dos efeitos corrosivos dos minerais das águas e vapores termais, as paredes do hospital, os objectos de culto da igreja e os equipamentos das enfermarias, cobriam-se com frequência e relativa rapidez de azebre ou verdete. O hospital, por ter sido construído sobre nascentes de águas, e por diariamente as utilizar, era um edifício que, tal como hoje, sofria de graves problemas de humidade. Por isso, todos os anos, o provedor reservava certa quantia de dinheiro, proveniente das rendas do hospital, para caiar e rebocar as paredes do edifício e para lavar toda a prataria da Igreja.

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Sabia que cada uma das camas do hospital tinha as seguintes peças de roupa? Cada cama tinha um enxergão de palha, um almadraque de trez de lã, um colchão de linho avincado e cheio de lã, um cabeçal de pena, uma almofada, meia dúzia de lençóis de linho também avincado, um feltro para colocar por cima desta roupa e dois cobertores (um de capistrol branco ou de pano semelhante, o outro de cacheira ou Irlanda).

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“Between art & quarantine”

Hoje trazemos um desafio! Juntamo-nos à iniciativa: #TussenKunstEnQuarantaine, sendo o desafio o de se retratarem em alguma das pinturas do Museu!

Haverá um livro para os três melhores resultados, e todos os que participarem receberão um prémio de lembrança!

Deixamos algumas imagens do que se tem feito por ai, e algumas do nosso Museu, para vos inspirar!

Espreitem o link!
https://www.facebook.com/pg/MuseumsNews/photos/?tab=album&album_id=2352312438404452

 

#Sabia que…?

… Sabia que o hospital provia os enfermos admitidos com roupas novas, que deveriam usar dentro do hospital até à sua recuperação? No dia em que eram admitidos no hospital, os homens recebiam umas ceroulas, uma camisa, um bérneo (mais tarde, em 1537, substituído por um roupão azul), umas chinelas (de cor vermelha a partir de 1533) e uma carapuça; as mulheres recebiam as mesmas peças, à excepção das ceroulas e da carapuça, substituída por uma toalha de cabeça. Despojados das suas roupas, que logo nesse dia eram escaldadas dos piolhos e pulgas pela lavadeira do hospital, os enfermos entregavam os seus pertences e vestuário aos enfermeiros, para serem inventariados e guardados numa arca que estava na Casa dos Contos; terminada a sua estadia no hospital, eram-lhes restituídos os seus bens.

(Com o apoio da investigadora Lisbeth Rodrigues)

 

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