Janeiro 2022


O que dizer sobre o Museu do Hospital e das Caldas da Rainha?

É o museu do nosso Centro Hospitalar, cujo opulento espólio de elementos documentais, artísticos, religiosos e científicos remete para a história da Instituição Hospitalar, das atividades termais ali praticadas e para as origens da própria localidade.

Proporciona uma viagem pela história por aquele que muitos consideram ser o primeiro Hospital Termal do Mundo e da localidade que o mesmo ajudou a fundar.

É um museu «diferente», integrado e gerido por uma Instituição hospitalar, apesar do seu recheio extravasar os objetos de interesse para Saúde.

É sem dúvida uma das mais relevantes e certamente a mais antiga atração museológica de Caldas da Rainha.

É a memoria viva do legado de uma Rainha, D. Leonor, que, apesar de volvidos cinco séculos, se mantém como inspiração de empreendedorismo e generosidade, designadamente por ser fundadora e responsável pela edificação do Hospital Termal, tendo ela própria custeado a construção do mesmo.

A benemérita Rainha foi também responsável por redigir o respetivo Regulamento, que ficou conhecido por Compromisso da Rainha, onde se definia que a Instituição serviria para apoiar gratuitamente os pobres e desfavorecidos do reino.

Uma Rainha que nos enche de orgulho e de responsabilidades, visto que cabe aos atuais profissionais do Centro Hospitalar do Oeste dar continuidade à sua obra de altruísmo e capacidade organizativa da prestação de cuidados, com as necessárias adaptações aos tempos atuais.

Para além do necessário seguimento ao legado da Rainha no que respeita às atividades assistenciais, há igualmente que manter vivo o Museu que recorda a longa historia do Hospital.

Para o futuro, urge manter o entusiasmo na realização de eventos, fomentar as parcerias institucionais e dar a conhecer a um número cada vez mais expressivo de visitantes as riquezas que alberga. E que este este legado seja enriquecido e complementado pelos artefactos que residem e lembram as extensas narrativas dos Hospitais de Torres Vedras e Peniche.

Pretende-se acima de tudo que o Museu preserve memórias diversas para as gerações futuras, e que seja lugar de aprendizagem e de inspiração.

Um Museu é algo de evolutivo. Ainda que a mudança seja lenta, ela ocorre, e ocorre sobretudo nas nossas mentes, enquanto profissionais e visitantes comprometidos com o passado, mas focados nos objetivos futuros.

Dra. Elsa Baião

Presidente do Conselho de Administração do CHOeste